segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um susto a valer!

Na sexta-feira passada apanhei um dos maiores sustos da minha vida. Era de noite, já bastante tarde e eue a Beatriz estavamos de volta dos preparativos para a festa dele. Eu estava sentada no sofá e ela ao meu lado de joelhos, nisto debruçasse para apanhar um balão, cai para a frente e bate com a cara na nossa mesa de vidro! Pequei logo nela, que começa a chorar e a deitar imenso sangue da boca. Levei-a para a casa de banho e pus água, mas o sangue continuava a correr, peguei na toalha e pu-la no lábios da Bé, mas o sangue não estancava, molhei a toalha e nada, pus água oxigenada e começou a deitar menos , sem nunca parar. Pensei em leva-la para o hospital, mas entretanto não chorava, mais sangue, toalha nos dois golpes que tinha na boca, chorava, tirava a toalha, tentava ver a profundidade dos golpes, mas mais sangue, não dava para perceber, dei-lhe uma colher de Brufen para atenuar-lhe as dores, pelo meio liguei para o meu marido e para os meus pais, que disseram que vinha imediatamente ter comigo. Não chorava, mais sangue, toalha para estancar, chorava, depois passava e eu sem saber se ia para o hospital ou não. Nisto perguntei-lhe:
-Esta a doer-te Beatriz?
Ao que me respondeu (sem choro, gritaria, aflição):
-Muito mamã.
Decidi logo que iamos para o hospital!(Como é possível uma criança de 3 anos, com dois golpes na boca e cheia de sangue, e de certo cheia de dores, ter esta força, esta coragem? como??)

Peguei nela, na mala, nas chaves e no robe e metemo-nos no elevador, já na garagem chega o meu irmão, senta-se no banco de trás com a Beatriz, arrancamos para o hospital, os meus pais atrás.

Assim que entro nas urgências do hospital, com a Beatriz ao colo e uma toalha cheia de sangue, o segurança corre para mim e encaminha-me para as urgência pediatricas, directamente para uma sala, dissendo apenas para alguém ficar a fazer a ficha da menina.

Nessa sala estava um médico que observou logo a Beatriz e que disse que provavelmente teria de levar pontos! Choque!! Entretanto o sangue já tinha estancado, tentavamos distraí-la com os bonecos nas paredes, o Gasparzinho entretannto chegou.

Chamaram para ela ser observada, só podia entrar uma pessoA com a Bé, foi com o pai ( eu sou muito cobardolas com isto de sangue e agulhas...). Sairam, tem de ir para a pequena cirurgia. Esperar que chamem. Chamaram, podemos entrar os dois. Percorremos um corredor enorme, disseram-nos para esperar que nos chamem. Chamaram, entramos numa sala tipo bloco operatório. Expliquei o que aconteceu, o médico disse para a sentarmos na marquesa, observou. Um ponto, vai precisar de levar um ponto! O Gasparzinho, com um discernimento incrível, perguntou se era mesmo necessário, se o golpe era tão fundo que fosse preciso coser, que ela já estava assustada e que se visse a agulha da anestesia e depois a de coser que era pior, se não lhe podiamos poupar a esse sofrimento, ao que o médico disse que sim, que o golpe não era assim tão fundo e que um penso-cola seria suficiente.

Disse para a deitarmos na marquesa e que ao colocar-lhe a cola ia arder um bocadinho. Deu o tubo da cola para as mãos da Beatriz, e disse-lhe que ia colocar-lhe cola do Noddy, se podia, e ela respondeu logo que sim. Eu de um lado e o Gasparzinho do outro da marquesa agarramos-lhe as mãozinhas enquanto médico lhe colocava a cola, mas a Bé nem pestanejou!

Disse também que onde a Beatriz bateu é uma zona muito sensível e daí ter deitado tanto sangue, pois os golpes nem foram muito profundos.

Recomendou que lhe pussemos gelo, disse para darmos Brufen e nada de lavar dentes, a cara só os olhinhos, e banho só do pescoço para baixo, para não haver o risco do shampoo ir para a boca, pelo menos durante 2 dias.

Viemos embora, antes de ir dormir ainda quis comer, no outro dia de manhã é que foi complicado para beber o leite (aliás, onte e hoje tambem foi, deve ser porque enquanto dorme a boca está horas sossegada e depois de manhã custa-lhe voltar a mexer, o que ao longo do dia passa), não conseguia no biberão, no copo, com a palhinha, só consegui beber num copo pequeno que veio com a cozinha de brincar dela.

Agora esta a sarar, e é capaz de ficar uma marquinha. Ás vezes diz que lhe doi ou que tem comichão, é muito cuidadosa a comer. No dia seguinte já saltava, brincava ria, e quis continuar a tratar da decoração da sua festa (que correu muito bem e foi muito gira, mas isso fica para outro post).

E eu hoje é que estou a descomprimir. Na sexta quando chegamos a casa ainda chorei, mas hoje não me sai da cabeça a imagem da minha filhinha a bater com a cara na mesa, e nas dores que deve ter tido. Cada vez que penso nisto da-me vontade de chorar, pudesse eu ficar com as dores dela.

Adenda: Tenho de tirar o chapéu ao Hospital Amadora-Sintra, pois não tinha nada boa impressão deste, e continuo a achar que a parte dos adultos, nomeadamente o internameto, que é péssima e continuo com má impressão, mas na parte das urgências pediatricas é excelente, o atendimento foi rápido e bastante eficaz, os médicos e enfermeiros são atenciosos, amavéis, muito profissionais e pacientes também.